Como o Inter Transformou o Growth com Dados e Personalização Avançada

O desafio de crescer e manter a conexão com o cliente

Quando o Banco Inter abriu seu capital na B3 em 2018, contava com 500 mil clientes e 500 colaboradores. Em poucos anos, essa realidade se transformou: hoje, o banco digital acumula mais de 40 milhões de usuários e cerca de cinco mil funcionários, consolidando-se como um dos maiores casos de expansão do mercado financeiro brasileiro.

No entanto, este crescimento exponencial trouxe um novo desafio para a área de Growth: como garantir engajamento e retenção em uma base de clientes tão ampla e diversa? A resposta exigiu uma reavaliação da estratégia tradicional, focada mais em quantidade do que em qualidade.

Hiperpersonalização como pilar para o novo Growth

Conforme destacado por uma diretora da área de Growth do Inter durante o Analytics Summit 2025, o crescimento numérico sem relevância pode se tornar apenas ruído para o cliente. Em outras palavras, a comunicação em massa acaba diluindo o impacto da mensagem, fazendo com que o usuário ignore as interações.

Esse aprendizado foi determinante para a reformulação da estratégia, que passou a priorizar a hiperpersonalização. Isso demandou uma revisão completa na arquitetura digital e nos processos internos do banco, respondendo ao comportamento individual de cada cliente e colocando dados e experiência no centro das decisões.

A tecnologia por trás do app dinâmico

O Inter adotou uma tecnologia chamada Server-Driven UI (SDUI), que permite modificar em tempo real os componentes da interface do aplicativo a partir dos dados armazenados no back-end. Essa solução criou uma experiência móvel fluida e personalizada, com mais de 70 componentes customizados, capazes de exibir conteúdos relevantes como ofertas de crédito, funcionalidades de fidelidade ou investimentos de acordo com o perfil do usuário.

Os resultados são expressivos: houve aumento de 21% na receita, crescimento de 19% nas contratações e uma redução de 37% nas mensagens enviadas, otimizando os custos e evitando excessos na comunicação com o cliente.

A mesa inteligente e recomendações personalizadas

Um dos destaques do novo modelo foi a mesa inteligente, que sugere produtos e serviços em nível individualizado, considerando 180 produtos e suas diversas combinações possíveis. Antes, as ações eram definidas por grupos amplos, como “investidores” ou “tomadores de crédito”.

Com essa mudança, o banco conseguiu aumentar em 15% a ativação de clientes, gerando uma receita incremental superior a R$ 50 milhões apenas com essa ferramenta. O foco deixou de ser disputar espaços entre áreas para colocar o cliente no centro das decisões.

CRM inteligente: menos disparos, mais impacto

Outra transformação importante foi a substituição dos tradicionais calendários de campanhas por um motor automatizado que define quais clientes devem receber quais comunicações e por quais canais, considerando gatilhos de comportamento, histórico e até geolocalização.

Essa abordagem resultou em 37% de redução nos custos com envio de mensagens e melhorou significativamente os indicadores de desempenho. Além disso, o Inter passou a usar métricas de clientes ativos por trimestre (Quarterly Active Users), ampliando a visão sobre retenção e engajamento de longo prazo.

Esse movimento representa a transição da visão de vendas imediatas para um crescimento sustentável e orientado por dados — com os aprendizados sendo incorporados continuamente para aprimorar modelos e integrações.

Estrutura do time e cultura orientada a resultados

O time de Growth do Inter reúne cerca de 200 profissionais multidisciplinares, organizados em squads por ciclo de vida do cliente e vertical de negócio. Cada equipe é composta por designers, analistas de dados, especialistas em SEO, redatores UX e estrategistas de CRM, garantindo uma visão integrada da jornada do cliente.

Essa estrutura promove mais autonomia e aprendizado constante, aproximando o Growth da experiência de produto e focando no resultado final em vez da simples entrega de campanhas.

Crescer com propósito: o humano por trás dos dados

Mais do que números, o Inter busca usar dados para humanizar o relacionamento com seus clientes. A história traz a visão de que a empatia do atendimento presencial deve ser recriada no ambiente digital, por meio de inteligência e propósito.

O banco percebe que crescer não significa apenas ampliar métricas, mas sim fortalecer conexões duradouras que sustentem o negócio a longo prazo.

Fontes e Referências

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